|
Fosfoetanolamina (Foto: TV Globo) |
A fosfoetanolamina sintética, ou simplesmente “fosfo” como é mais conhecida, é uma substância
fabricada num
laboratório do Instituto
de Química da Universidade de São Paulo (USP), a qual muitos acreditam ser um tratamento contra
o câncer mais eficaz que a quimioterapia atual. Essas cápsulas azuis e
brancas foram o assunto do programa Conexão Repórter desse domingo (15)
no SBT, onde alguns defensores da substância foram entrevistados, assim como os
que são contra o seu uso.
A
questão é que a substância é produzida e utilizada já faz tempo, mas até hoje
não passou pelos testes necessários para a comprovação da sua eficácia ou dos
seus efeitos colaterais. O
químico Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado, começou a estudar a
substância na década de 1980 e passou a trabalhar com a hipótese de que ela
teria uma ação anticancerígena. Ele desenvolveu, então, um método próprio para
sintetizar a substância em laboratório. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável por
registrar e permitir o comércio de qualquer medicamento no país, diz que a distribuição da droga é ilegal por nunca ter
passado por testes clínicos.
Ainda que corra o risco do produto ser apenas um mito de
remédio milagroso, pessoas com câncer veem isso como uma luz no fim do túnel,
afinal a esperança é a última que morre.
Seria esse um caso de falta de “boa vontade”? Por que ainda
não existem tais pesquisas sobre o assunto?
Onde tem isso?
Até pouco tempo a droga era fornecida pelo laboratório da USP
para qualquer um que apresentasse uma liminar, pois nesse caso eles eram
obrigados pela justiça, porém o número de processos cresceu tanto que a
universidade não conseguiria suprir essa demanda, visto que não possuem
estrutura para a produção em larga escala, assim nessa última quarta-feira (11)
o Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo determinou a
suspensão do fornecimento da substância, cassando todas as liminares de
primeira instância e proibindo que juízes do Estado tomem decisões futuras
sobre o assunto.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
anunciou nesta quinta-feira (12) que deverão ser destinados R$ 10 milhões para
as atividades ligadas à pesquisa da fosfoetanolamina em um período de 2 anos. A recomendação do Ministério da
Saúde é que as pessoas não façam uso da substância até que os estudos sejam
concluídos.
Fica a pergunta: pessoas com câncer podem
esperar todo esse tempo?